política

Ex-ministro acusa Lula de acertar propina para filho

Fábio Fabrini*

Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom (Divulgação)/

O ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda e Casa Civil) acusou, ontem, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de acertar com lobista do setor automobilístico pagamentos ao filho caçula, Luís Cláudio Lula da Silva, em troca de benefícios viabilizados por medida provisória.

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Em depoimento prestado à 10ª Vara da Justiça Federal em Brasília, Palocci declarou ter sido procurado por Luís Claudio entre 2013 e 2014 pedindo ajuda para captar recursos para projetos esportivos. Ele organizava um campeonato de futebol americano no Brasil.

O ex-ministro relatou ter se encontrado com Lula depois, no Instituto Lula, para tratar do assunto. Na ocasião, o ex-presidente teria admitido a combinação ilícita.

- Não precisa se preocupar, porque eu já arrumei esses recursos na renovação dos benefícios da Caoa e da Mitsubishi - disse o ex-mandatário, conforme o depoente.

As duas montadoras conseguiram em 2009 e em 2013, por meio de medidas provisórias, incentivos fiscais para manter fábricas na região Centro-Oeste.

Uma das empresas de Luís Cláudio recebeu R$ 2,5 milhões do lobista Mauro Marcondes Machado, que representava as duas empresas perante o governo e o Congresso.

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Palocci depôs como testemunha de acusação, arrolado pelo Ministério Público Federal (MPF) em Brasília, em ação penal contra Lula. Ele falou por videoconferência ao juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal no DF, na qual tramita a ação penal sobre o caso. O ex-ministro fez um acordo de delação premiada com a Polícia Federal e está em prisão domiciliar.

O MPF denunciou em 2017 o ex-presidente, o ex-ministro Gilberto Carvalho e mais cinco pessoas por, supostamente, vender uma medida provisória a montadoras de veículos. Eles são acusados de corrupção ao editar, em 2009, a MP 471, que prorrogou incentivos fiscais a fábricas instaladas no Norte, no Nordeste e no Centro-Oeste.

*Folhapress

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